Crônicas do cotidiano familiar, Crônicas vividas, Personagens

O planejador

Quando acorda, o planejador faz uma lista dos afazeres. Planejamento é lista.

Uma lista, no entanto, nunca é suficiente. A fim de evitar redundância nas tarefas, prioridades erradas e decisões equivocadas, várias são as listas necessárias.

Exige-se do planejador, portanto, uma lista de listas. A mãe de todas as listas, a lista-mãe. Tudo leva a crer que o planejamento do planejador começa na definição de uma bem acabada, generosa e rigorosa lista-mãe. Afinal, mãe só tem uma. Só que a mãe não vem do nada, não nasce de geração espontânea. Mãe tem ascendentes, linhagem e, sobretudo, outra mãe, que nesse caso é chamada de avó. E as avós, diferentemente das mães, costumam vir aos pares. Daí a necessidade de duas listas-avó para cada lista-mãe. Assim é possível começar os trabalhos.

 – E quem é o pai dessa lista-mãe? Ela tem duas mães e nenhum pai? Tudo bem. Dou todo o apoio. Só para entender a genealogia correta…

– Cala a boca. Você não entende nada de planejamento.